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Resíduo com valor agregado
Laboratório de Peneiras Moleculares

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desenvolveu e recebeu o patenteamento de um material poroso que transforma um resíduo em um produto de maior valor agregado. Denominado LPM-3, o material tem uma estrutura zeolítica do tipo MFI, o que significa a conjunção de três características principais: a presença de aluminosilicatos (materiais com alumínio, silício e oxigênio) na sua constituição, uma estrutura porosa bem definida e com tamanho de poros bem definidos. Essas propriedades fazem com que o produto tenha porosidade e estrutura bem definidas.

Sigla LPM, utilizada na identificação das patentes, vem de Laboratório de Peneiras Moleculares, local onde os estudos têm parte de seu desenvolvimento – Foto: Artur de Souza

Segundo Sibele Berenice Castellã Pergher, cientista que coordenou o desenvolvimento da patente, essas condições fazem com que esses materiais funcionem como peneiras moleculares, permitindo a seleção de moléculas pelo tamanho. O material patenteado poderá ser empregado em diferentes segmentos da indústria química, em processos como catálise, separação e adsorção. A professora do Instituto de Química da UFRN pontua também que materiais com a estrutura MFI já existem e são comercializados, contudo, não a partir do resíduo de pó de vidro.

Nesse ponto cabe um parênteses. Indústrias que utilizam o vidro como matéria-prima ou como embalagem para seus produtos sempre geram resíduos de vidro durante o processo. Apenas no Brasil, são produzidas cerca de um milhão de toneladas de resíduo de vidro por ano. De todo esse resíduo produzido, apenas 45% é reciclado. Esse resíduo reciclado tende a voltar para a indústria de vidro, produzindo materiais mais frágeis e com maior probabilidade de trincas. 

Indústrias que utilizam o vidro como matéria-prima ou como embalagem para seus produtos sempre geram resíduos de vidro durante o processo. Esses resíduos gerados decorrem de perdas que, perdas por produtos descartados ou inadequados para irem ao mercado e outras possibilidades que levam estes resíduos ao descarte. O Brasil produz mais de 980 mil toneladas de resíduo de vidro por ano. De todo esse resíduo produzido, apenas 45 % desse vidro é reciclado. Esse resíduo reciclado tende a voltar para a indústria de vidro, produzindo materiais mais frágeis e com maior probabilidade de trincas.

Sibele Pergher coordena o LPM, cujos estudos já renderam quase 20 depósitos de pedidos de patente – Foto: Artur de Souza

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